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Mulheres Sob Estresse Elevado Enfrentam Maior Risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Revela Estudo Inovador.

Um estudo inédito revelou que o estresse crônico pode intensificar o risco de AVC em adultos mais jovens, com um impacto mais significativo em mulheres.

Pesquisadores levantam a hipótese de que essa disparidade pode ser atribuída ao fato de que as mulheres frequentemente lidam com níveis de estresse mais persistentes, decorrentes da conciliação entre trabalho, responsabilidades familiares e outras demandas.

Embora o estresse possa não ser a causa direta de AVCs, especialistas alertam que ele pode ser um fator contribuinte para o desenvolvimento de hipertensão arterial, inflamação e hábitos de vida prejudiciais que, por sua vez, elevam o risco de AVC.

Um estudo recente traz novas evidências de que o estresse crônico pode realmente aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em adultos mais jovens.

O relatório, divulgado em 5 de março na publicação Neurology, revelou especificamente uma ligação entre níveis elevados de estresse e uma probabilidade aumentada de AVC entre indivíduos de 18 a 49 anos – um fenômeno observado exclusivamente em mulheres. Os pesquisadores não identificaram nenhuma associação significativa entre estresse e risco de AVC em homens.


Cientistas há muito reconhecem que o estresse impõe uma carga substancial ao sistema cardiovascular. Mais recentemente, descobertas apontam para o estresse como um possível fator de risco para AVC em adultos mais jovens, uma condição que tem apresentado uma tendência de aumento. Contudo, o novo estudo sugere que o estresse pode exercer um impacto potencialmente maior na saúde cardíaca das mulheres.

“As conclusões destacam como o estresse psicológico prolongado pode contribuir para a disfunção vascular, ressaltando a importância crucial do gerenciamento do estresse na prevenção de AVC”, explicou Lauren Patrick, MD, professora assistente de neurologia e neurologista vascular na Universidade da Califórnia em São Francisco, em entrevista à Health.

Estresse em Mulheres Pode Elevar o Risco de AVC

Os cientistas se dedicaram a aprofundar a compreensão sobre a relação entre o estresse e o AVC isquêmico de início precoce, que representa o tipo mais comum da doença. Este tipo de AVC ocorre quando um bloqueio interrompe o fluxo sanguíneo vital para o cérebro.

Estudos anteriores já haviam indicado diversos fatores de risco para AVC em pessoas mais jovens, incluindo os “tradicionais”, como hipertensão e consumo de álcool, bem como fatores “menos documentados” – entre eles, o estresse, conforme detalharam os autores do estudo.

Para investigar mais a fundo a conexão entre AVC e estresse, os pesquisadores recrutaram 426 participantes com idades entre 18 e 49 anos, todos diagnosticados com AVC isquêmico, sendo aproximadamente metade mulheres. O grupo de estudo também incluiu outros 426 indivíduos que nunca sofreram um AVC, com a mesma faixa etária e distribuição por sexo do primeiro grupo.

Todos os participantes responderam a um questionário detalhado sobre seus níveis de estresse durante um mês. Adicionalmente, o grupo que havia sofrido AVC respondeu a perguntas complementares sobre seus níveis de estresse no período que antecedeu o evento.

As análises dos questionários revelaram que os indivíduos que sofreram AVC apresentavam níveis de estresse significativamente mais elevados. Entre o grupo que teve AVC, 46% relataram níveis de estresse de moderados a altos, em comparação com apenas 33% daqueles que não sofreram um AVC.

Nas mulheres, aquelas que apresentavam estresse moderado tinham um risco 78% maior de AVC, e o estresse elevado foi associado a um risco 6% maior de AVC. Os pesquisadores não encontraram uma associação estatisticamente significativa entre os níveis de estresse e o risco de AVC em homens.

É importante ressaltar que os autores concluíram que existe uma ligação entre AVC e estresse, e não que o estresse seja a causa direta dos AVCs. “Estudos de caso-controle como o nosso apenas podem demonstrar uma correlação entre estresse e maior risco de AVC, não causalidade”, esclareceu o autor do estudo, Nicolas Martinez-Majander, MD, PhD, neurologista e pesquisador do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia, em entrevista à Health.

Adicionalmente, os níveis de estresse dos participantes foram avaliados após a ocorrência do AVC, o que pode ter introduzido um viés de memória nas respostas.

“Ainda assim, a diferença observada entre mulheres e homens foi considerada estatisticamente significativa”, ponderou Martinez-Majander.

Afinal, Como Estresse e AVC Podem Estar Interligados?

Existem algumas teorias proeminentes sobre como o estresse pode exercer esse efeito no sistema cardiovascular. “Possíveis ligações entre estresse e AVC podem incluir picos agudos e repetidos de pressão arterial em curtos períodos, arritmias cardíacas relacionadas ao estresse e inflamação crônica”, explicou Martinez-Majander.

Além disso, indivíduos sob estresse podem ser mais propensos a adotar comportamentos que prejudicam o coração e elevam ainda mais o risco de AVC, como tabagismo, inatividade física, dieta inadequada e uso de substâncias, acrescentou.

Portanto, embora o estresse possa não desencadear diretamente um AVC, Patrick ressalta que “ele contribui para uma cascata de alterações fisiológicas que aumentam o risco de AVC”. Assim, a exposição prolongada ao estresse poderia ser considerada um fator de risco vascular significativo, complementou.

Por Que o Estresse Parece Afetar Mais as Mulheres do Que os Homens?

Embora este estudo não tenha encontrado uma associação entre estresse e risco de AVC para homens jovens, é relevante notar que pesquisas anteriores já identificaram uma ligação entre estresse e AVC em homens em geral.

Então, por que essa ligação foi tão evidente em mulheres neste relatório? “Pode ser mais forte em mulheres, pois elas frequentemente relatam vivenciar mais estresse crônico devido à sobrecarga de múltiplas funções, como trabalho, família e cuidados com outros”, ponderou Martinez-Majander.

Christina Mijalski, MD, neurologista vascular da Stanford Medicine, concorda. “Isso é algo que precisamos prestar atenção como sociedade e oferecer suporte adicional em termos de creches e recursos de bem-estar, que têm ficado para trás”, declarou à Health.

Outra possibilidade é que os homens podem subestimar seus níveis de estresse em comparação com as mulheres. De fato, pesquisas indicam que as mulheres são mais propensas a relatar sintomas somáticos de saúde mental, como estresse, do que seus pares masculinos, explicou Mijalski.

Como Gerenciar o Estresse e Proteger Seu Coração

Martinez-Majander expressou a esperança de que as descobertas incentivem as pessoas a monitorar seus níveis de estresse. Embora seja utópico eliminar completamente o estresse da vida, vale a pena tentar gerenciá-lo sempre que possível, considerando que ele parece ser um fator de risco potencial para AVC, mesmo em jovens.

O primeiro passo crucial é estar atento aos sinais de estresse em si mesmo. Estes incluem ansiedade persistente, insônia, dores de cabeça recorrentes, pressão alta e sensação de exaustão, conforme apontou Patrick. Mudanças no apetite, dificuldades de concentração, problemas estomacais ou dores corporais também podem ser indicativos, de acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).

Caso você experimente regularmente algum desses sintomas, é fundamental estar ciente dos sinais de alerta de AVC. Fique atento a dormência ou fraqueza súbita, dificuldade para falar, problemas de locomoção, tontura, alterações na visão ou dores de cabeça intensas. “O estresse pode amplificar fatores de risco subjacentes, tornando o reconhecimento precoce dos sintomas de AVC crítico para o tratamento oportuno”, enfatizou Patrick.

Se você não tem certeza de como o estresse está afetando sua saúde, consulte seu médico de atenção primária. Eles são um excelente ponto de partida, recomendou Mijalski, pois podem identificar fatores de risco fisiológicos, como hipertensão e diabetes, e auxiliar na elaboração de um plano de ação para gerenciar os estressores psicossociais e de saúde mental.

No que tange a estratégias de gerenciamento, as recomendações de Patrick incluem priorizar exercícios físicos regulares – idealmente, 150 minutos por semana, conforme diretrizes do CDC – e incorporar práticas de mindfulness. Há diversas opções disponíveis, incluindo meditação, yoga e body scans (técnicas de relaxamento e atenção plena ao corpo). Até mesmo atividades simples como fazer uma caminhada consciente ou estar presente ao preparar uma refeição podem fazer uma diferença significativa, como demonstram pesquisas.

Talvez o mais importante, segundo Mijalski, seja reconhecer quando o estresse se torna avassalador ou incontrolável e buscar ajuda profissional.

Descubra como o estresse elevado aumenta o risco de AVC em mulheres jovens, segundo estudo inovador. Entenda a ligação entre estresse e saúde cardiovascular feminina, fatores de risco, prevenção e dicas de gerenciamento de estresse para proteger seu coração.

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