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Lipoproteína(a): O Colesterol Oculto que Afeta 20% da População e o Novo Tratamento que Promete Reduzir 95% dos Níveis.

A lipoproteína(a), também conhecida como colesterol oculto ou “stealthy cholesterol”, representa um fator de risco cardiovascular significativo que permanece invisível para muitos. Estima-se que cerca de 20% da população mundial apresente níveis elevados de lipoproteína(a), mas a maioria desconhece essa condição potencialmente fatal. Diferente do colesterol LDL tradicional, a lipoproteína(a) é determinada geneticamente e não responde a mudanças no estilo de vida. Recentemente, pesquisadores desenvolveram um medicamento experimental chamado lepodisiran que demonstra resultados promissores na redução dos níveis desse colesterol oculto em até 95%. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que é a lipoproteína(a), seus riscos para a saúde cardíaca, métodos de diagnóstico e as novas perspectivas de tratamento.

O que é Lipoproteína(a) e Por Que Devemos Nos Preocupar?

A lipoproteína(a), ou Lp(a), é uma partícula semelhante ao colesterol LDL (“ruim”), consistindo basicamente de uma partícula LDL ligada a uma proteína adicional chamada apolipoproteína(a). Esta combinação única torna a lipoproteína(a) particularmente perigosa para a saúde cardiovascular por três razões principais: ela promove a obstrução das artérias, estimula a formação de coágulos sanguíneos e aumenta a inflamação nos vasos sanguíneos.

Técnica realizando exame de sangue para detecção de lipoproteína(a)

A lipoproteína(a) é fundamentalmente diferente de outros tipos de colesterol porque seus níveis são quase inteiramente determinados pela genética. Isso significa que, independentemente da sua alimentação, rotina de exercícios ou outros hábitos de vida, os níveis de lipoproteína(a) permanecem relativamente constantes ao longo da vida. Aproximadamente 64 milhões de americanos apresentam níveis elevados deste tipo de colesterol, mas muitos não sabem disso porque os exames regulares de colesterol não medem especificamente a Lp(a).

O que torna a lipoproteína(a) particularmente preocupante é que ela representa um fator de risco independente para doenças cardiovasculares. Mesmo pessoas com níveis normais de colesterol LDL podem estar em risco aumentado de ataque cardíaco, derrame e outras complicações cardiovasculares se tiverem níveis elevados de lipoproteína(a).

A Detecção do Colesterol Oculto: Por Que a Lipoproteína(a) Permanece Invisível nos Exames Tradicionais

Um dos maiores problemas relacionados à lipoproteína(a) é a falta de detecção nos exames de rotina. O perfil lipídico padrão solicitado pela maioria dos médicos não inclui a medição específica da Lp(a). Isso ocorre principalmente porque, historicamente, não existia um tratamento eficaz para níveis elevados de lipoproteína(a), então muitos profissionais de saúde não viam benefício prático em testar algo que não podiam tratar.

“Muitas vezes, se não podemos tratar algo, não necessariamente o medimos”, explica a Dra. Corey Bradley, cardiologista do NewYork-Presbyterian/Columbia University Irving Medical Center. Esta abordagem resultou em milhões de pessoas desconhecendo seu risco cardiovascular relacionado à lipoproteína(a).

O exame para detectar a lipoproteína(a) é relativamente simples – trata-se de um teste sanguíneo específico que pode ser solicitado separadamente. A Associação Nacional de Lipídios (National Lipid Association) recomenda que todos os adultos façam este teste pelo menos uma vez na vida. Como os níveis de lipoproteína(a) permanecem estáveis ao longo do tempo, geralmente não é necessário repetir o exame.

“Os níveis permanecem estáveis durante toda a vida, então realmente não há motivo para verificá-los novamente”, afirma o Dr. Adedapo Iluyomade, cardiologista preventivo do Baptist Health South Florida’s Miami Cardiac and Vascular Institute.

Lepodisiran: A Revolução no Tratamento da Lipoproteína(a)

O desenvolvimento do medicamento experimental lepodisiran representa uma mudança de paradigma no tratamento da lipoproteína(a). Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, este medicamento injetável atua bloqueando a produção de Lp(a) no fígado, onde ela é naturalmente sintetizada.

Em um estudo de Fase 2 recentemente publicado no New England Journal of Medicine, cerca de 300 adultos com níveis elevados de lipoproteína(a) receberam doses variadas de lepodisiran ou placebo. Os resultados foram impressionantes: seis meses após as injeções, os pacientes que receberam a dose mais alta testada (400 miligramas) apresentaram uma redução média de 94% nos níveis de Lp(a). Mais surpreendente ainda, após 12 meses, os níveis de lipoproteína(a) ainda estavam quase 90% mais baixos do que no início do estudo.

Alguns participantes receberam uma segunda injeção de 400 miligramas seis meses após a primeira, e estes obtiveram um benefício ainda maior após um ano: uma queda de aproximadamente 95% na lipoproteína(a) em comparação com os níveis iniciais.

“O que temos é uma terapia muito eficaz… que reduz a [lipoproteína(a)] por um longo período de tempo com administração relativamente pouco frequente”, explicou o autor principal do estudo, Dr. Steven Nissen, diretor acadêmico do Cleveland Clinic’s Sydell and Arnold Miller Family Heart, Vascular, and Thoracic Institute.

O medicamento também parece ser seguro e bem tolerado – nenhum participante do estudo apresentou reações adversas graves, embora alguns tenham experimentado vermelhidão temporária, coceira ou dor nos locais das injeções.

Os Riscos Cardiovasculares Associados à Lipoproteína(a) Elevada

Entender os riscos específicos associados a níveis elevados de lipoproteína(a) é fundamental para apreciar a importância dessa descoberta médica. A Lp(a) afeta a saúde cardiovascular de múltiplas maneiras, criando o que os especialistas chamam de “triplo impacto” no sistema cardiovascular.

Em primeiro lugar, a lipoproteína(a) promove a aterosclerose – o acúmulo de placas nas paredes arteriais – de maneira semelhante ao colesterol LDL convencional. Este processo gradualmente estreita as artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

Em segundo lugar, a Lp(a) aumenta significativamente o risco de formação de coágulos sanguíneos, que podem levar a ataques cardíacos e derrames quando bloqueiam completamente uma artéria. Esta propriedade pró-trombótica diferencia a lipoproteína(a) de outras formas de colesterol.

Por fim, a lipoproteína(a) promove inflamação nas paredes dos vasos sanguíneos, acelerando o processo de dano vascular e contribuindo para o desenvolvimento e progressão de doenças cardiovasculares.

Estudos observacionais demonstraram que pessoas com níveis elevados de lipoproteína(a) têm um risco significativamente maior de:

Doença arterial coronariana

Ataque cardíaco

Derrame isquêmico

Estenose da válvula aórtica

Doença arterial periférica

O que torna esse fator de risco particularmente insidioso é que ele opera independentemente de outros fatores de risco tradicionais. Mesmo pessoas com colesterol LDL controlado, pressão arterial normal e estilo de vida saudável podem estar em risco elevado se tiverem níveis altos de lipoproteína(a) devido à sua predisposição genética.

Comparação visual de artérias saudáveis e artérias com placas causadas por lipoproteína(a)

Por Que os Tratamentos Convencionais Não Funcionam para a Lipoproteína(a)

Uma das características mais frustrantes da lipoproteína(a) é sua resistência aos tratamentos convencionais para redução do colesterol. As estatinas, que são altamente eficazes na redução do colesterol LDL, têm pouco ou nenhum efeito sobre os níveis de Lp(a). Na verdade, alguns estudos sugerem que as estatinas podem até aumentar ligeiramente os níveis de lipoproteína(a) em alguns pacientes.

Da mesma forma, mudanças no estilo de vida como dieta, exercícios e perda de peso – pilares do tratamento para redução do colesterol LDL – não impactam significativamente os níveis de Lp(a). Como explica o Dr. Iluyomade: “Você pode perder 45 quilos, pode seguir uma dieta mediterrânea bem equilibrada, pode parar de fumar, fazer exercícios etc. – e sua lipoproteína(a) permanecerá estável.”

Esta resistência a modificações no estilo de vida ocorre porque os níveis de lipoproteína(a) são determinados primariamente pela genética. Especificamente, variações no gene LPA determinam quanto deste tipo de colesterol seu corpo produz. Essas variações genéticas são herdadas, e pessoas com determinadas variantes podem produzir quantidades substancialmente maiores de Lp(a).

Antes do desenvolvimento de medicamentos como o lepodisiran, as únicas intervenções que mostravam algum efeito na redução dos níveis de lipoproteína(a) eram procedimentos extremos como a aférese de lipoproteínas – um processo semelhante à diálise que filtra fisicamente o sangue para remover partículas de Lp(a). No entanto, este procedimento é caro, invasivo e requer tratamentos frequentes, tornando-o impraticável para a maioria dos pacientes.

O Futuro do Tratamento para Lipoproteína(a): Além do Lepodisiran

Embora o lepodisiran represente um avanço significativo, é importante notar que este medicamento ainda não está disponível para pacientes. O medicamento está atualmente em ensaios clínicos de Fase 3, que visam responder à pergunta mais importante: a redução dos níveis de lipoproteína(a) realmente diminui o risco de problemas cardíacos?

Esta resposta, na qual a equipe do Dr. Nissen está trabalhando em seu ensaio de Fase 3, pode levar anos para ser obtida. Enquanto isso, outras empresas farmacêuticas estão testando medicamentos similares direcionados à Lp(a), e alguns desses medicamentos estão mais avançados nos ensaios clínicos.

Além do lepodisiran, várias outras abordagens terapêuticas estão sendo investigadas:

  • Oligonucleotídeos antissenso: Medicamentos como o pelacarsen, que reduzem a produção de lipoproteína(a) ao interferir com o RNA mensageiro que codifica a apolipoproteína(a).
  • Anticorpos monoclonais: Anticorpos projetados especificamente para se ligarem à lipoproteína(a) circulante, facilitando sua eliminação da corrente sanguínea.
  • Terapia gênica: Abordagens experimentais que visam corrigir diretamente as variações genéticas responsáveis pela produção excessiva de lipoproteína(a).

Os pesquisadores estão otimistas de que o lepodisiran ou um medicamento similar possa estar disponível nos próximos anos para pacientes com níveis elevados de lipoproteína(a), mas ainda são cautelosos em fazer previsões.

“Surpresas podem acontecer”, disse o Dr. Nissen. “Nem tudo que parece lógico acontece.”

O Que Você Pode Fazer Agora: Estratégias para Gerenciar o Risco de Lipoproteína(a)

Mesmo sem um tratamento específico disponível ainda para a lipoproteína(a), os especialistas afirmam que você pode tomar medidas importantes para sua saúde cardíaca. O primeiro passo é conhecer seus níveis de Lp(a).

Um simples exame de sangue pode revelar seus níveis de lipoproteína(a), e este exame pode ser coberto pelo plano de saúde. Como mencionado anteriormente, a Associação Nacional de Lipídios recomenda que todo adulto seja testado pelo menos uma vez na vida.

Se você descobrir que tem níveis elevados de lipoproteína(a), seu médico pode tomar medidas extras para melhorar outros fatores de risco modificáveis para doenças cardíacas, como:

Reduzir o colesterol LDL para níveis ainda mais baixos do que o normalmente recomendado

Controlar rigorosamente a pressão arterial

Gerenciar o diabetes de forma eficaz

Incentivar atividade física regular

Apoiar perda de peso saudável, se necessário

Cessação do tabagismo

Controle do estresse

“Ao eliminar esses outros fatores da equação, podemos manter as pessoas seguras até que possamos desenvolver essas terapias mais avançadas”, disse o Dr. Nissen.

Conhecer seus níveis de lipoproteína(a) também oferece a oportunidade de ser proativo em relação à sua saúde. “É uma ótima oportunidade para os pacientes saberem qual é seu risco e defenderem a si mesmos”, disse a Dra. Bradley.

Quem Deve Considerar o Teste de Lipoproteína(a)?

Embora a recomendação geral seja que todos os adultos sejam testados pelo menos uma vez para lipoproteína(a), alguns grupos específicos devem considerar este teste com prioridade:

  1. Pessoas com histórico familiar de doença cardíaca precoce: Se você tem parentes de primeiro grau (pais, irmãos) que sofreram ataques cardíacos ou derrames antes dos 55 anos (homens) ou 65 anos (mulheres), o teste de Lp(a) é particularmente importante.
  2. Indivíduos com doença cardiovascular prematura: Pessoas que desenvolveram doença cardiovascular em idade jovem, apesar de controlarem outros fatores de risco, podem ter níveis elevados de lipoproteína(a) como contribuinte significativo.
  3. Pacientes com doença cardiovascular recorrente: Se você continua a ter eventos cardiovasculares apesar do tratamento adequado de outros fatores de risco, a lipoproteína(a) elevada pode ser um fator contribuinte.
  4. Pessoas com estenose da válvula aórtica: A lipoproteína(a) elevada está associada a um risco aumentado e progressão mais rápida da estenose da válvula aórtica, uma condição que estreita a válvula entre o coração e a aorta.
  5. Familiares de pessoas com níveis elevados confirmados de Lp(a): Devido à natureza hereditária da lipoproteína(a) elevada, os membros da família de pessoas com níveis altos confirmados têm maior probabilidade de também apresentar níveis elevados.

Conversar com seu médico sobre sua história familiar e fatores de risco pessoais pode ajudar a determinar o momento ideal para realizar o teste de lipoproteína(a).

Compreendendo os Resultados do Teste de Lipoproteína(a)

Se você decidir fazer o teste de lipoproteína(a), é importante entender como interpretar os resultados. Os níveis de Lp(a) podem ser relatados em diferentes unidades, o que às vezes causa confusão:

  • nmol/L (nanomoles por litro) – Esta é a unidade preferida para relatar os níveis de Lp(a).
  • mg/dL (miligramas por decilitro) – Outra unidade comum usada em alguns laboratórios.

Embora não exista um consenso universal sobre o que constitui um nível “normal” versus “elevado” de lipoproteína(a), muitos especialistas consideram valores acima de 50 mg/dL ou 125 nmol/L como elevados e associados a um aumento do risco cardiovascular.

Ilustração comparando a estrutura da lipoproteína(a) com o colesterol LDL regular

É importante notar que a distribuição dos níveis de lipoproteína(a) na população não segue uma curva normal. Em vez disso, a maioria das pessoas tem níveis relativamente baixos, enquanto uma minoria significativa tem níveis muito elevados. Esta distribuição assimétrica significa que o que é considerado “normal” do ponto de vista estatístico pode não necessariamente representar o que é “ótimo” para a saúde cardiovascular.

Ao receber seus resultados, trabalhe com seu médico para interpretar o significado no contexto de seus outros fatores de risco cardiovascular. Em alguns casos, níveis elevados de lipoproteína(a) podem justificar uma abordagem mais agressiva para gerenciar outros fatores de risco modificáveis.

Mitos e Verdades Sobre a Lipoproteína(a)

À medida que a consciência sobre a lipoproteína(a) aumenta, também surgem vários mitos e concepções errôneas. Vamos esclarecer alguns dos mais comuns:

Mito 1: Se meu colesterol LDL está normal, não preciso me preocupar com lipoproteína(a).
Verdade: A lipoproteína(a) é um fator de risco independente para doenças cardiovasculares. Mesmo pessoas com níveis ótimos de LDL podem estar em risco aumentado se tiverem Lp(a) elevada.

Mito 2: Posso reduzir minha lipoproteína(a) com dieta e exercícios.
Verdade: Ao contrário do colesterol LDL, os níveis de lipoproteína(a) são determinados geneticamente e permanecem relativamente estáveis ao longo da vida, independentemente da dieta ou exercícios.

Mito 3: As estatinas reduzirão meus níveis de lipoproteína(a).
Verdade: As estatinas têm pouco ou nenhum efeito sobre os níveis de lipoproteína(a). Na verdade, alguns estudos sugerem que elas podem até aumentar ligeiramente os níveis em alguns pacientes.

Mito 4: Não há razão para testar a lipoproteína(a) se não existe tratamento disponível.
Verdade: Conhecer seus níveis de lipoproteína(a) ainda é valioso, pois pode levar a um manejo mais agressivo de outros fatores de risco cardiovascular e aumentar a vigilância para sintomas de doenças cardiovasculares.

Mito 5: A lipoproteína(a) só é importante para pessoas com histórico familiar de doença cardíaca.
Verdade: Embora o histórico familiar seja um indicador importante, a lipoproteína(a) elevada pode ocorrer em qualquer pessoa, independentemente do histórico familiar, devido à complexa hereditariedade dos genes relacionados à Lp(a).

A Importância da Pesquisa Contínua Sobre Lipoproteína(a)

O avanço representado pelo lepodisiran e medicamentos similares destaca a importância crítica da pesquisa médica contínua. Por décadas, a lipoproteína(a) foi considerada um “fator de risco órfão” – reconhecido como importante, mas sem opções de tratamento eficazes.

A pesquisa atual está focada não apenas no desenvolvimento de tratamentos, mas também em responder a várias questões fundamentais:

  1. Qual é o nível ideal de lipoproteína(a) para minimizar o risco cardiovascular?
  2. A redução dos níveis de lipoproteína(a) realmente se traduz em melhores resultados clínicos?
  3. Em que idade o teste de lipoproteína(a) oferece o maior benefício?
  4. Existem subgrupos populacionais com risco particularmente elevado associado à lipoproteína(a)?
  5. Como a lipoproteína(a) interage com outros fatores de risco cardiovascular?

Responder a estas perguntas representa a próxima fronteira na pesquisa sobre lipoproteína(a) e pode levar a abordagens ainda mais personalizadas para o gerenciamento do risco cardiovascular.

Participar de estudos clínicos, quando disponíveis, também é uma maneira importante para pacientes com níveis elevados de lipoproteína(a) contribuírem para o avanço do conhecimento nesta área e potencialmente acessarem tratamentos inovadores antes que estejam amplamente disponíveis.

Perspectivas para o Futuro do Tratamento da Lipoproteína(a)

O horizonte para o tratamento da lipoproteína(a) parece promissor. Com vários medicamentos em desenvolvimento e ensaios clínicos em andamento, os próximos 5-10 anos provavelmente trarão avanços significativos no manejo deste importante fator de risco cardiovascular.

Os especialistas preveem um futuro em que:

  • O teste de lipoproteína(a) se torna parte da avaliação de risco cardiovascular padrão
  • Tratamentos específicos para lipoproteína(a) elevada estão disponíveis como parte do arsenal terapêutico cardiológico
  • Abordagens personalizadas baseadas no perfil genético individual orientam o tratamento
  • A intervenção precoce em pessoas geneticamente predispostas a níveis elevados de lipoproteína(a) pode prevenir significativamente doenças cardiovasculares

Com o avanço da medicina de precisão, o tratamento da lipoproteína(a) provavelmente se tornará um exemplo de como a compreensão de fatores de risco específicos pode levar a intervenções direcionadas que melhoram significativamente os resultados de saúde.

Enquanto aguardamos esses avanços, a conscientização, o teste e o gerenciamento agressivo de outros fatores de risco cardiovascular permanecem nossas ferramentas mais valiosas para combater o impacto da lipoproteína(a) elevada na saúde cardíaca.

Conclusão: Conhecimento é o Primeiro Passo para a Prevenção

A lipoproteína(a) representa um importante fator de risco para doenças cardiovasculares que permaneceu sem tratamento por muito tempo. O desenvolvimento de medicamentos como o lepodisiran marca o início de uma nova era no manejo deste fator de risco geneticamente determinado que afeta aproximadamente 20% da população mundial.

Embora esses tratamentos ainda não estejam disponíveis para uso clínico, a importância de conhecer seus níveis de lipoproteína(a) não pode ser subestimada. O conhecimento capacita você a trabalhar com seu médico para implementar estratégias preventivas mais agressivas e personalizadas.

Como enfatizou a Dra. Bradley, fazer o teste de lipoproteína(a) é “uma ótima oportunidade para os pacientes saberem qual é seu risco e defenderem a si mesmos”. Este conhecimento, combinado com o gerenciamento diligente de outros fatores de risco cardiovascular, pode ajudar a proteger sua saúde cardíaca até que tratamentos específicos estejam disponíveis.

Você já verificou seus níveis de lipoproteína(a)? Você tem histórico familiar de doença cardíaca precoce? Compartilhe suas experiências e perguntas nos comentários abaixo para continuar esta importante conversa sobre um fator de risco cardiovascular frequentemente negligenciado.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que é exatamente a lipoproteína(a)?

A lipoproteína(a) é uma partícula semelhante ao colesterol LDL, mas com uma proteína adicional chamada apolipoproteína(a). Esta combinação a torna particularmente aterogênica (promotora de placas arteriais), pró-trombótica (promotora de coágulos) e pró-inflamatória.

Como posso saber se tenho níveis elevados de lipoproteína(a)?

A única maneira de saber com certeza é através de um exame de sangue específico para lipoproteína(a). Este teste não faz parte do perfil lipídico padrão e precisa ser solicitado separadamente por seu médico.

Se descobrir que tenho lipoproteína(a) elevada, o que posso fazer?

Atualmente, as principais intervenções incluem o gerenciamento agressivo de outros fatores de risco cardiovascular, como colesterol LDL, pressão arterial, tabagismo e diabetes. Seu médico pode recomendar metas de LDL mais baixas e monitoramento mais frequente da saúde cardiovascular.

A lipoproteína(a) elevada é hereditária?

Sim, os níveis de lipoproteína(a) são determinados principalmente pela genética. Se você tem níveis elevados, seus parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) têm maior probabilidade de também apresentar níveis elevados.

Com que frequência devo verificar meus níveis de lipoproteína(a)?

Diferentemente de outros tipos de colesterol, os níveis de lipoproteína(a) permanecem relativamente estáveis ao longo da vida. Portanto, a maioria dos especialistas recomenda testar apenas uma vez na vida para determinar seu status.

O lepodisiran está disponível para pacientes?

Não, o lepodisiran ainda está em fase de testes clínicos e não está aprovado para uso clínico. Ensaios de Fase 3 estão em andamento para determinar se a redução dos níveis de lipoproteína(a) com este medicamento resulta em melhores resultados cardiovasculares.

Existem efeitos colaterais do lepodisiran?

Nos estudos iniciais, o lepodisiran foi bem tolerado com poucos efeitos colaterais significativos. Alguns participantes experimentaram reações leves no local da injeção, como vermelhidão ou coceira temporária.

Qual é a diferença entre lipoproteína(a) e colesterol LDL?

Embora ambos sejam lipoproteínas que podem contribuir para doenças cardiovasculares, a lipoproteína(a) contém uma proteína adicional que a torna mais aterogênica e resistente a tratamentos convencionais. Além disso, enquanto os níveis de LDL são influenciados pela dieta e estilo de vida, os níveis de lipoproteína(a) são determinados geneticamente.

As estatinas reduzem os níveis de lipoproteína(a)?

Não, as estatinas geralmente não reduzem os níveis de lipoproteína(a). Na verdade, alguns estudos sugerem que elas podem até aumentar ligeiramente os níveis em alguns pacientes.

Quem deveria considerar o teste de lipoproteína(a) com maior urgência?

Pessoas com histórico familiar de doença cardíaca precoce, indivíduos que tiveram ataques cardíacos ou derrames em idade jovem sem fatores de risco evidentes, e pacientes com doença cardiovascular recorrente apesar do tratamento adequado dos fatores de risco tradicionais.

Médico explicando resultados de exame de lipoproteína(a) para paciente preocupado
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